Cálculos renais: sintomas, diagnóstico e tratamentos

Cálculos renais: causas, sintomas e formas de tratamento

Por Dr. Rudinei Brunetto

Os cálculos renais, popularmente conhecidos como pedras nos rins, são uma das causas mais comuns de dor intensa em pronto-atendimentos urológicos.

Embora possam permanecer assintomáticos por muito tempo, sua manifestação clínica costuma ser abrupta e incapacitante, gerando grande preocupação nos pacientes.

Neste artigo, apresento de forma objetiva e acessível os principais pontos sobre sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção dessa condição tão frequente, especialmente em homens de meia-idade.

O que são cálculos renais e por que surgem

Os cálculos renais são formações sólidas constituídas por cristais presentes na urina, geralmente compostos de sais minerais como cálcio, oxalato e ácido úrico.

Eles podem permanecer alojados nos rins, deslocar-se para os ureteres ou alcançar a bexiga.

A gênese dos cálculos está associada à urina supersaturada de sais, predisposição genética e condições metabólicas.

Entre os fatores de risco mais relevantes estão o sedentarismo, obesidade, dieta rica em sal e proteína animal, baixa ingestão de líquidos e histórico de infecções urinárias recorrentes.

Dados do Ministério da Saúde reforçam que o estilo de vida moderno, marcado por pouca hidratação e alimentação inadequada, contribui diretamente para o aumento da incidência.

Cálculos renais: causas, sintomas e formas de tratamento
Cálculos renais: causas, sintomas e formas de tratamento

Principais sintomas

O sintoma mais característico é a dor em cólica de forte intensidade, que geralmente se inicia na região lombar e pode irradiar para o abdome inferior ou virilha.

Essa dor ocorre quando o cálculo se desloca, obstruindo o fluxo urinário.

Outros sinais frequentes incluem:

  • Alterações urinárias: urgência para urinar, jato fraco, ardência e urina turva.
  • Sangue na urina (hematúria): resultado de pequenas lesões causadas pela passagem da pedra.
  • Sintomas gerais: náuseas, vômitos, febre e sinais de infecção urinária.

É importante destacar que, em alguns casos, o paciente pode não apresentar sintomas até que a pedra se movimente.

 

Como é feito o diagnóstico médico

Diante de suspeita clínica, o urologista pode solicitar exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia computadorizada, capazes de localizar e mensurar o cálculo, além de avaliar possíveis complicações, como obstruções urinárias.

Quando o cálculo é expelido espontaneamente, sua análise laboratorial auxilia na identificação do tipo de cristal envolvido, permitindo um plano terapêutico e preventivo mais específico.

 

Tratamentos disponíveis

A conduta médica depende do tamanho, localização e impacto do cálculo.

  • Medicamentos e hidratação: indicados de maneira preventiva a formação de cálculos ou para tratamento de sintomas como dor, náuseas ou vômitos. Em cálculos maiores de 6mm que estão impactados no ureter distal, o uso de alfa-bloqueadores pode ser recomendado.
  • Litotripsia extracorpórea por ondas de choque: procedimento não invasivo que fragmenta a pedra, facilitando sua eliminação. Recomendado principalmente para quando os cálculos estão dentro do rim e possuem até 2cm.
  • Cirurgia endoscópica (Ureterorrenolitotripsia semi-rígida ou flexível ou Cistolitotripsia): é a cirúrgia mais realizada na atualidade para tratamento de cálculos renais. É realizada pelo canal urinário sem a necessidade de cortes e é capaz de tratar cálculos impactados na bexiga, ureter ou mesmo dentro do rim. É recomendada para cálculos maiores ou sintomáticos. Dentro do rim, a recomendação habitual é para cálculos de até 2cm
  • Nefrolitotripsia Percutânea: Cirurgia recomendada para tratamento de cálculos renais maiores de 2cm onde é realizado uma incisão até 2cm na região lombar, permitindo acesso direto ao interior do rim. Habitualmente é realizada em concomitância com a Ureterorrenolitotripsia flexível em cirurgias de acesso combinado para tratamento de cálculos renais complexos, chamada como ECIRS (Endoscopic Combined Intra-Renal Surgery).

O objetivo sempre é preservar a função renal, minimizar sintomas e reduzir riscos de recorrência.

Leia também: Câncer de bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamentos

Prevenção e cuidados

A prevenção é fundamental.

Medidas simples reduzem significativamente a formação de novos cálculos, entre elas:

  • Beber 2 a 3 litros de água por dia.
  • Consumir sucos cítricos, como limão e laranja, que ajudam a inibir a cristalização associado a ingesta diária de cálcio
  • Reduzir o consumo de sal e proteína animal.
  • Praticar atividade física e controlar o peso.

O Ministério da Saúde orienta que pacientes com dor intensa ou sangue na urina procurem atendimento imediato, evitando automedicação e complicações graves. Calculos impactados não tratados podem levar a quadros infecciosos graves, perda do funcionamento do rim ou até mesmo a óbito quando associados a processos infecciosos ou de disfunção renal.

 Considerações finais

Os cálculos renais são uma condição comum, mas que pode ser controlada com diagnóstico precoce, tratamento adequado e hábitos preventivos.

Para homens de meia-idade, em especial aqueles que apresentam fatores de risco, a atenção a sintomas urinários persistentes é essencial.

Consultar o urologista diante de sinais suspeitos é o passo mais seguro para preservar a saúde renal e evitar complicações futuras.

Não existem chás ou sucos milagrosos capazes de dissolver cálculos urinários. Caso apresente dores recorrentes ou de forte intensidade, procure um urologista para atendimento imediato.

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